LICENCIAMENTO DA NOVA FERROESTE AVANÇA COM A APROVAÇÃO DE ESTUDO EM TERRA INDÍGENA

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LICENCIAMENTO DA NOVA FERROESTE AVANÇA COM A APROVAÇÃO DE ESTUDO EM TERRA INDÍGENA

A apresentação dos estudos da Nova Ferroeste para a comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, ajudou a acelerar o processo de licenciamento ambiental do projeto


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   A comunidade no Centro-Sul do Paraná está incluída no traçado da ferrovia que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá. Com o aval das lideranças, pactuado em ata, a Funai vai recomendar ao Ibama a continuidade do processo. O som do apito do trem é velho conhecido dos moradores. A terra indígena estabelecida em 1913 abriga 11 aldeias, com mais de 3.200 habitantes, a maioria das etnias Kaingang e Guarani.

   Desde a construção da Ferroeste, na década de 1990, eles convivem com a circulação das locomotivas que passam a menos de dois quilômetros da área. Essa proximidade foi fator determinante para a Funai estabelecer como regra a realização do Estudo de Componente Indígena no licenciamento ambiental do projeto. Rodrigo Bulhões Pedreira, coordenador da Funai, declarou que o órgão considera que o empreendimento viável do ponto de vista da preservação das tradições da comunidade.

    O diálogo com a comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras sobre o projeto teve início em 2021, quando a Funai definiu a área a ser estudada pelo Governo do Estado, indicando, ainda, a maneira que os trabalhos deveriam ser conduzidos. Todas as etapas tiveram participação da comunidade indígena. Uma equipe multidisciplinar, formada por biólogos, economistas e antropólogos fez entrevistas e realizou oficinas em uma série de encontros, quando os moradores discutiram a convivência com o trem e os impactos no cotidiano das aldeias. O antropólogo da Fipe, contratada para o estudo, Paulo de Goes, explicou que termos técnicos foram traduzidos para as línguas indígenas para compreensão do conteúdo pelos participantes.

    O estudo da Fipe avaliou as condições do meio físico, biótico e socioeconômico. De acordo com o estudo, no entanto, a interferência em quase todos os aspectos será bem pequena. Ainda assim foram propostos 23 programas de controle e monitoramento em todas essas frentes, inclusive de promoção do desenvolvimento econômico. O cacique Angelo Rufino afirmou que o trabalho levou em consideração os anseios dos moradores.

    O licenciamento ambiental da Nova Ferroeste teve início em 2021 com a realização do Estudo de Impacto Ambiental, protocolado junto ao Ibama. Em maio do ano passado representantes do órgão federal fizeram visitas técnicas e comandaram sete audiências públicas para discutir o impacto ambiental. O Governo trabalha agora em melhorias do projeto para dar seguimento ao licenciamento.


Fonte AEN.


30/01/2023
15:21
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