Historicamente as cirurgias eletivas são um gargalo dentro do SUS. Os procedimentos caracterizados como não urgentes são inseridos na rotina das unidades hospitalares, em consonância com a demanda diária destes serviços, que inclui desde o atendimento básico até a urgência e emergência.
Desde 2020, com a chegada da pandemia, essa demanda aumentou consideravelmente, principalmente por causa da paralisação temporária destes procedimentos para contingenciamento de medicamentos de intubação e leitos de UTI. No Paraná, a primeira suspensão aconteceu em julho de 2020. Depois, pelo menos mais 11 resoluções foram editadas com ações relacionadas ao tema. Em julho de 2021, a pasta emitiu o último documento que restringia as cirurgias eletivas.
Desde então, com a diminuição dos índices de infecção e de internamentos pela Covid-19, o Paraná recomendou a retomada desses procedimentos. Para ajudar as unidades hospitalares, o Governo do Estado criou dois importantes programas: Opera Paraná e Comboio da Saúde. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou que as iniciativas democratizam o atendimento à população e valorizam os profissionais que executam os procedimentos.
Em novembro de 2021 foi instituído o Opera Paraná, para ampliar e qualificar o acesso às cirurgias eletivos de maneira regionalizada, de acordo com necessidades e filas de espera dos municípios.
Desde março de 2022, 47 unidades entre hospitais estaduais e municipais já se credenciaram para o programa. Segundo a Regulação Estadual de Leitos, foram atendidos 14 mil pacientes para diagnóstico e pré-operatório, resultando em nove mil cirurgias pelo Opera Paraná. A estimativa é que pelo menos 60 mil procedimentos sejam feitos com este recurso adicional, até o fim da 1ª fase do programa em novembro de 2023.
Beto Preto ainda destacou que o Governo do Estado já anunciou uma nova fase desta iniciativa.
Dentro da fila de espera por cirurgias eletivas, existe uma demanda considerável por procedimentos de oftalmologia. A maioria deles envolve problemas de catarata e pterígio. Considerando essa necessidade, o Governo criou o Comboio da Saúde, destinando 10 milhões e 300 mil reais do Tesouro do Estado.
O Comboio iniciou em maio e consiste em ações regionalizadas em locais com maior número de pacientes em espera, para exames e consultas que antecipam o procedimento e posterior encaminhamento quando necessário. Desde o início do programa, quase 13 mil pessoas foram atendidas, resultando em mais de 6.700 cirurgias. A ação aconteceu em 17 cidades escolhidas estrategicamente.
Ao todo seis estabelecimentos se credenciaram para os atendimentos pelo Comboio. Uma Lei Estadual, sancionada em setembro, prevê a divulgação atualizada da fila de espera na Rede Pública Estadual de Saúde e instituições conveniadas, prestadoras de serviço ao SUS. A Secretaria Estadual já atendeu parcialmente essa demanda, disponibilizando em agosto o “Saúde Transparente” para consultas da fila para atendimentos especializados e exames já confirmados. É estimado que cerca de 200 mil procedimentos eletivos e 300 mil consultas médicas especializadas, caracterizadas como prioritárias, precisem ser feitas no Paraná.
Fonte AEN.