ENTIDADES DEFENDEM PROPOSTA DE CENTROS DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL PARA AUTISTAS NO SUS

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ENTIDADES DEFENDEM PROPOSTA DE CENTROS DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL PARA AUTISTAS NO SUS

Atualmente, o projeto que cria centros de assistência integral no SUS, para pacientes com transtorno do espectro autista está sendo discutido pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência


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Familiares de pessoas autistas pedem a aprovação do projeto que cria centros de assistência integral ao paciente com transtorno do espectro autista, com recursos do SUS.

 

Mas, durante audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, a relatora da proposta, deputada Tereza Nelma (PSD-AL), disse que o projeto ainda precisa receber alguns ajustes.

 

“O nosso parecer está pronto. Eu ainda acho que ele pode ser aperfeiçoado. Tem algumas coisas que nós podemos pensar: a questão do financiamento, de quem será responsável, como será e onde será esse centro”.

 

Edilson Barbosa, diretor presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, disse que faltam no Brasil justamente centros multidisciplinares que ofereçam todos os serviços necessários para as pessoas autistas, até mesmo para a identificação do transtorno.

 

“A gente chama aqui de menino mochila. Já ouviram falar? Acorda de manhã, coloca a mochila nas costas do menino e fica na cidade atrás de estabilizar, de ter terapias, de ter a escola, de ir até o psicólogo. Nós precisamos ter um local para dar qualidade para essa pessoa. Nada melhor, pessoal, de ter na lei, porque obriga o gestor e obriga a ter dinheiro. Vai obrigar a estar no SUS”.

 

Julius Schwartz, advogado especialista na defesa dos direitos das pessoas com transtorno do espectro autista, lembrou que o autismo afeta também as famílias, que precisam de suporte do governo, e seriam muito beneficiadas pelo projeto.

 

“Esse cuidado integral é justamente a questão de cuidar tanto do indivíduo quanto da pessoa que cuida dele. Uma maioria de pessoas no Brasil que vivem diariamente com a seguinte situação: quando eu morrer, quem é que vai tomar conta do meu filho? Será que o Estado vai fazer isso através da residência inclusiva? Meu filho vai para o manicômio? É a primeira coisa que as mães perguntam”.

 

Larissa Lafaiete, mãe de um adolescente com transtorno do espectro autista, lembrou que as mães são muito afetadas pela dificuldade no acesso aos serviços essenciais, uma vez que são elas que acabam deixando de trabalhar para dar apoio aos filhos, e a sobrecarga é tanta que a saúde mental dessas mulheres fica comprometida, levando até ao suicídio.

 

“Essas crianças, esses adolescentes, esses autistas adultos podem estar conosco no nosso meio. Eles são capazes através do tratamento adequado. E quando diz que o SUS vai abraçar isso é de extrema importância porque essas crianças lá do interior que estão jogadas vão ter oportunidade de ter qualidade de vida. A medicação vicia e o tratamento retira essa medicação”.

 

Claudio Panoeira, secretário nacional da pessoa com deficiência, disse que a ideia de centro integrado de atendimento já é discutida e, em alguns municípios, já é realidade nas chamadas clínicas escolas. Por isso, a aprovação rápida do projeto é tão importante.

 

“Estados e municípios começam a tomar essa iniciativa, e cada um vai fazer de um jeito. Então, você corre o risco lá na frente de ter 1000, 2000, 3000 municípios com essa estrutura instalada, mas sem qualquer organicidade, sem qualquer direcionamento, cada um fazendo de um jeito”.

 

Atualmente, o projeto que cria centros de assistência integral no SUS, para pacientes com transtorno do espectro autista está sendo discutido pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

 

 

Fonte: Rádio Câmara, de Brasília.


24/11/2022
17:49
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