LULA E BOLSONARO VÃO PARA O SEGUNDO TURNO, E DISPUTA AO PLANALTO SERÁ DEFINIDA NO DIA 30

Notícias

LULA E BOLSONARO VÃO PARA O SEGUNDO TURNO, E DISPUTA AO PLANALTO SERÁ DEFINIDA NO DIA 30

Resultado das urnas confirma a polarização da disputa eleitoral. No momento em que o TSE confirmou que haverá 2º turno, com 96,93% das urnas apuradas, Lula tinha 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro tinha 43,7%.


Eleições


Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais.

A confirmação de que haverá segundo turno foi anunciada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 21h25, quando 96,93% das urnas já tinham sido apuradas. Àquela altura, Lula tinha 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro 43,7%.

 

Com o resultado, daqui a quatro semanas, no dia 30, eleitores de todo o país vão definir entre a volta do PT – que governou o país por 14 anos, somando os governos Lula e Dilma Rousseff – e a continuidade do governo Bolsonaro, iniciado em 2018.

 

O candidato eleito em segundo turno toma posse no cargo no próximo dia 1º de janeiro, em cerimônia no Congresso Nacional. Desta vez, o mandato presidencial terá quatro dias a mais: uma reforma eleitoral aprovada em 2021 definiu que, em 2027, a posse presidencial será em 5 de janeiro.

 

Ritmo da apuração

Lula começou liderando assim que o TSE iniciou a apuração nas primeiras urnas. O candidato do PT perdeu a dianteira para Bolsonaro às 17h13. Bolsonaro, então, ficou na frente por quase duas horas. Ele voltou à segunda posição às 20h02. Desde então, o petista aumentou a diferença para o atual presidente.

 

Ciro Gomes (PDT) apareceu em terceiro lugar entre 17h04 e 17h10, quando perdeu o posto para Simone Tebet (MDB).

  

 

Lula acompanhou a votação em um hotel no centro de São Paulo. Bolsonaro, na residência oficial do Palácio da Alvorada, em Brasília.

 

TSE: Eleição 'tranquila e harmoniosa'

No início da tarde, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, afirmou em entrevista que a votação vinha sendo realizada de forma "tranquila e harmoniosa". Moraes citou a ocorrência de problemas comuns em dias de votação, como filas um pouco maiores no horário do almoço.

 

O presidente do TSE também afirmou que a Justiça Eleitoral não registrou ocorrências específicas relacionadas ao descumprimento ou questionamento das medidas de segurança implementadas este ano – como a proibição de levar o celular para a cabine de votação e a proibição de portar armas nas imediações da seção eleitoral.

 

"Dia de eleição não é dia de arma. Eu digo, disse e repito, a arma do eleitor é o voto. Não se justifica que no dia de eleição, quando há uma aglomeração maior de pessoas, as pessoas saiam para praticar tiro. Tem outros dias para isso", disse Moraes.

 

Até o fim da manhã de domingo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública contabilizava 200 registros de crimes eleitorais, incluindo 75 ocorrências de boca de urna e nove violações do sigilo do voto. Os números definitivos devem ser divulgados no início da semana.

 

As chapas na disputa

A chapa que recebeu o maior número de votos no primeiro turno é formada pelo ex-presidente Lula e pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) – candidatos a presidente e vice, respectivamente.

 

A antes improvável aliança entre Lula e Alckmin foi confirmada em abril, poucos meses após o ex-governador deixar o PSDB, partido que ajudou a fundar e ao qual foi filiado por 34 anos. Ao longo da campanha, Alckmin agiu para reduzir a resistência de empresários e investidores à campanha de Lula.

 

Do outro lado da disputa, estão o presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa de 2020 até março deste ano.

 

Braga Netto ocupa na chapa o espaço deixado pelo atual vice-presidente Hamilton Mourão, que protagonizou descompassos com Bolsonaro nos últimos quatro anos e até foi alvo de críticas públicas do presidente.

 

Mais sintonizado com o presidente, Braga Netto é também um vice mais próximo da cúpula das Forças Armadas – o que serve aos propósitos de Bolsonaro de usar os militares como um elemento de manifestação de poder e autoridade nas negociações políticas.

 

Campanha polarizada

Em 2022, o Brasil teve a campanha mais curta no primeiro turno das eleições presidenciais desde 1994: foram 46 dias até este domingo.

 

Desde o princípio, em 15 de agosto, Lula e Bolsonaro já despontavam como os únicos candidatos com chances reais, reeditando a polarização de 2018.

 

Ao longo dos últimos quase 50 dias, o candidato do PT e o do PL centraram esforços em consolidar as suas bases e buscar votos dos indecisos e da chamada terceira via. As estratégias das duas campanhas passaram por ataques mútuos nas propagandas de rádio e TV, nos comícios e nos debates.

 

Até sábado (1º), no entanto, os principais institutos de pesquisa – IPEC e Datafolha – não conseguiam cravar se haveria, ou não, um segundo turno na eleição presidencial. Lula oscilou em torno dos 50% de votos válidos na maioria dos levantamentos nacionais ao longo da campanha, enquanto Bolsonaro gravitava em torno dos 30%.

 

Reta final do 1º turno

Nos últimos dias, as principais pesquisas de intenção de voto apontavam a candidatura da Lula com cerca de 50% dos votos válidos – ou seja, próxima ao limite para uma vitória em primeiro turno. As equipes de Lula e Bolsonaro se basearam nesses dados para redirecionar os esforços de campanha.

 

No caso de Lula, a campanha buscou conquistar o chamado "voto útil" – quando o eleitor decide votar no candidato mais bem classificado para ajudar a encerrar a disputa mais rapidamente. A intenção era atrair simpatizantes de candidatos como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) que, ao votar em Lula, estariam ajudando a evitar um segundo turno com Bolsonaro.

 

Já a campanha de Bolsonaro intensificou as críticas aos 14 anos de gestão do PT, com foco nos escândalos de corrupção e na crise enfrentada por países governados pela esquerda na América Latina. O principal objetivo, nesse caso, era reduzir a intenção de voto em Lula no primeiro turno, colocando-o abaixo dos "50% + 1" necessários para uma vitória nessa rodada de votação.

 

Fonte: G1/DF


03/10/2022
09:25
Compartilhar no Facebook

Compartilhar no Whatsapp