TECNOLOGIAS DE REUSO DA ÁGUA COMBATEM DESPERDÍCIO E PREPARAM PAÍS PARA CENÁRIO DE ESCASSEZ E DESABASTECIMENTO

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TECNOLOGIAS DE REUSO DA ÁGUA COMBATEM DESPERDÍCIO E PREPARAM PAÍS PARA CENÁRIO DE ESCASSEZ E DESABASTECIMENTO

Segundo as nações unidas, até 2030, o planeta corre risco de enfrentar um déficit de água de 40%. mesmo no brasil, que concentra quase 14% da água doce do mundo, a população já convive com períodos de escassez.


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O aumento crescente no consumo de água e a diminuição do nível de chuvas estão obrigando a sociedade a ficar cada vez mais atenta a um problema sério: o desperdício de água.

 

Além de ser um bem cada vez mais escasso na natureza, o tratamento e a distribuição de água pelas concessionárias são um processo caro. Uma solução inteligente para atividades que não exigem água potável, como lavar carro e calçadas, dar descarga no vaso sanitário ou irrigar os jardins, é adotar tecnologias de reuso de água.

 

Coordenador da Frente Parlamentar Mista em Apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) explica as vantagens dessas iniciativas.

 

"A principal vantagem da utilização da água de reuso é a de reservar a água potável exclusivamente para abastecimento humano. Reutilizar a água reduz o volume de esgoto descartável e reduz os custos com água, luz e esgoto. É importante destacar que podemos usar também a água de chuva, tanto na cidade quanto no campo."

 

Sistemas de tratamento de efluentes e de armazenamento de água da chuva no local de consumo são cada vez mais comuns em grandes empresas industriais e comerciais. A analista de meio ambiente da Federação das Indústrias de Brasília, Olívia Krohn, confirma que cada vez mais empresas adotam o reuso de água em suas estratégias.

 

"A indústria tem se preocupado muito com a questão dos recursos hídricos. É um insumo importante para vários setores da indústria. Então, têm sido feitos muitos investimentos. Principalmente no aproveitamento da água dentro do processo produtivo dentro das indústrias."

 

As tecnologias de reaproveitamento de água exigem a instalação de reservatórios, redes de captação e até três etapas de filtragem do material coletado. A engenheira sanitária Hermi Pires reconhece que os investimentos são altos, mas podem ser alternativas sustentáveis no médio prazo.

 

"Nós fizemos em 2017 um sistema de aproveitamento de água de chuva e reuso de água de esgoto para um hotel. Nós dimensionamos na época 25 mil litros/dia que eles consomem de água não potável. Na descarga, lavagem de piso e irrigação. A redução, considerando a economia que eles fazem se estivessem consumindo para fins não potáveis água potável e estivessem proporcionalmente lançando essa água não potável no esgoto, chega a 36 mil reais por mês! Eles já cobriram o investimento mais do que dez vezes!"

 

Em estabelecimentos comerciais e órgãos públicos, o maior consumo de água é no vaso sanitário. Hermi Pires fez um estudo de reuso de água para uma escola de ensino médio da capital. De acordo com ela, o gasto representa 40 a 50% do consumo total de água – cerca de 50 mil reais por mês.

 

Ainda segundo a engenheira sanitária, as águas usadas nas torneiras e nos chuveiros podem ser tratadas em sistemas de filtragem que permitem o uso não potável, como na irrigação de jardins e hortas.

 

"Para irrigação, a gente já fez uma pesquisa com a Emater-DF e a Universidade Católica onde a gente irrigou hortaliças com efluentes, só passando pela caixa de gordura, pela fossa biológica, pelo filtro biológico, a gente verificou que as verduras triplicaram o volume. Reduziu o tempo de produção."

 

Na Câmara dos Deputados, em Brasília, há várias propostas para incentivar a adoção de novas tecnologias de reaproveitamento da água. Entre elas, a que torna obrigatório o reuso de água para fins não potáveis em novas edificações e novos empreendimentos imobiliários (PL 2.451/20). O deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) defende a aprovação do projeto.

 

"Um condomínio com quatro mil unidades vai ter cerca de quase 20 mil pessoas habitando nesse condomínio. Quanta água é desperdiçada?! E não tem nenhum programa de reutilizar essa água. Nos novos condomínios – a gente não está falando no que já foi lançado, não. Das novas construções. Nós acreditamos que, quando você pensa na utilização, você abaixa o custo operacional para aquele consumidor. Você tem garantia de ter o abastecimento para aquela população. E você tem garantia de ter um futuro melhor para todos os brasileiros."

 

O combate ao desperdício se torna fundamental em um cenário de escassez e desabastecimento hídrico. Pela previsão das Nações Unidas, o planeta corre risco de um déficit de 40% de água até 2030.

 

Fonte: Rádio Câmara, de Brasília.

 


01/10/2022
15:41
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