Os médicos andam preocupados e é bom você também ficar atento: o aumento dos casos de miopia já alcançou o patamar de epidemia em alguns países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade prevê que, em 2020, cerca de 35% da população mundial esteja sofrendo com o problema e, em 2050, o número possa alcançar 52%. No sudeste da Ásia, estima-se que 90% dos jovens sejam míopes.
Essa alteração refracional que prejudica a visão de longe era vista até pouco tempo como um problema de causa exclusivamente hereditária - ou seja, não havia muito o que fazer para combatê-lo. Mas hoje a comunidade científica já pode afirmar que nosso estilo de vida também contribui (e muito) para espalhar esse mal.
A miopia, conforme explica o oftalmologista Guilherme Diehl, do Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre, está relacionada a um aumento no tamanho do órgão. “É um erro refracional que ocorre quando o olho cresce demais. A refração não ocorre em cima da retina, como deveria ser, mas antes dela, deixando a visão de longe embaçada. É um problema que surge ainda na infância ou na adolescência”, afirma.
Além de ter a visão borrada para objetos distantes, ser míope aumenta o risco de problemas como descolamento de retina e degeneração macular, que pode levar à cegueira.
As causas do aumento de casos de miopia geram muitas dúvidas entre os cientistas, mas já se sabe que há uma relação direta com o fato de as crianças passarem menos tempo em ambientes abertos.
Permanecer muitas horas em ambientes fechados é prejudicial não somente pela falta de estímulo à visão de longe, mas também pela ausência de luz solar: ela auxilia a produção de dopamina, hormônio que ajuda a controlar o crescimento do olho.
Além disso, estudos mostram que a melatonina, o hormônio do sono, também é importante para manter o tamanho do olho saudável. Não respeitar o ciclo circadiano (de dia e noite, luz e escuridão) e não dormir o suficiente também podem favorecer o aparecimento de miopia.
Fonte: G1