Um problema muitas vezes silencioso tem ganhado evidência nos últimos anos. A cada dia, uma média de três jovens com até 19 anos de idade são atendidos na rede pública de saúde do Paraná por conta de transtornos mentais e comportamentais, como depressão, ansiedade e perturbações relacionadas ao uso de substâncias psicoativas (álcool e outras drogas, por exemplo).
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os anos de 2014 e 2018 um total de 6.095 jovens foram internados por conta desse tipo de doença no Estado. Em 2014, segundo o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), haviam sido registradas 1.230 atendimentos. Até 2016 o número foi caindo, chegando-se a ter apenas 1.072 internações num ano.
Em 2017, porém, a tendência de queda foi invertida e houve alta de 15,3% nos atendimentos, que somaram 1.236. Já em 2018, último ano com dados disponíveis, foram 1.457 atendimentos, com média de quatro internações por dia e alta de 17,9% nas ocorrências na comparação com 2017.
A maior sensibilidade dos jovens a problemas emocionais e transtornos mentais, avaliam especialistas, está relacionada a expectativa e insegurança excessiva com relação ao futuro. Como o mundo atual cobra urgência pelo sucesso, as tensões e pressões acabam se agravando.
O cenário, contudo, é preocupante não apenas pelos transtornos em si, mas também pelo fato de que um problema desse tipo pode evoluir para distúrbios mais sérios e tende a se agravar na medida em que a pessoa envelhece.